Rua Nayoro 12 - Ap 112

Relembrando a primeira mensagem :



-Casa de Arthur Whittle
-Prédio bonito e elegante;
-Apartamento grande com vista para a cidade, espaçoso.

- Eu entendo, nesse sentimento somos absolutamente iguais. Mas não se sinta derrotado, Artie, nunca  é tarde demais e, mesmo dizendo isso você não é velho assim, poxa, só trabalha demais e não se cuida. Mas, ouça seu brother agora, as meninas gostam de homens mais maduros e, ainda, o grisalho ta na moda. Eu trabalho com adolescentes a alguns anos e as garotas nunca olham pros novinhos com cara de panaca, sempre para os mais velhos. "Ah, mas as que tá comparando são muito novinhas!" você que pensa que as mais velhas não pensam assim também. Mulheres gostam de caras responsáveis e que trate elas bem, não importa a idade ou o grisalho. Seja mais confiante, Artie, você é um cara bonito também, só tem que dar mais atenção pra si mesmo. Se quiser eu te ajudo.

*E era verdade mesmo. Arthur não era tão velho como ele dizia e também não era nada feio, mas a ausência de cuidados próprios e o estresse pelo excesso de trabalho não ajudavam em nada na autoestima dele. Mas nada que não desse para recuperar se ele realmente quisesse. Entretanto, conforme escutava o que Arthur dizia a respeito de ter uma família, Frank ia sentindo aquela angústia muito forte que apertava seu coração novamente. Sabia muito bem o que ele estava sentindo mas, de uma outra forma. Diferente de antes, em que estavam conversando animadamente e conseguiu falar sobre Yoko de boa, nesse momento não conseguiu evitar de sentir toda a dor novamente. Sentou-se em uma das cadeiras, apoiando os cotovelos nas pernas.*

- Sabe... não me importa o quanto estejamos ocupados, estamos na mesma cidade agora e poderemos nos ver. E isso já me conforta tanto que não imagina. Não sei se... conseguiria seguir sozinho...

*Respirou bem fundo antes de prosseguir.*

- Eu tive isso tudo, Artie... conheci uma mulher incrível, a mais linda que já vi na vida. Ela também era professora na mesma academia que eu. Nós casamos depois de um tempo e começamos a disputar a guarda de uma menina. Ela era nossa aluna e a coisa mais fofa desse mundo, mas tinha uma família que só jogou ela na academia à própria sorte, sem qualquer recurso. Eu e Yoko não conseguimos simplesmente deixar de lado e, aos poucos, nós três já ficamos muito apegados. Até aí, estava tudo tão perfeito, mas...

*Apoiou a cabeça nas mãos, olhando para baixo, não conseguindo mais segurar aquela dor dentro de si.*

- ...eu perdi tudo. O pai de Yoko tinha problemas com a Tríade (máfia chinesa) e ela, que só queria uma vida normal, acabou pagando o preço. Levaram ela embora e nunca mais tive notícia. E eu não pude fazer nada, não consegui protegê-la. De que adianta anos de treino como militar e toda essa porra de força que eu tenho não serviram pra bosta nenhuma quando mais precisei... E como eu não tinha mais a minha esposa, o juiz negou a guarda da Miya-chan e, depois que ela se formou, teve que voltar pra casa dela e também não a vi mais...

*Frank nunca chorou tanto na vida como estava fazendo agora. Ele que sempre pareceu tão forte pra tudo, sempre sorrindo e animado em qualquer situação, agora estava destruído, encolhido, tremendo... ninguém de sua família jamais o viu assim.*

- Ta foda... seguir em frente.

(Foda demais foi escrever isso ;_; aaaaa)

(Chorei junto)

(momentos triste)

* Arthur se abaixou ao lado do irmão, quando o viu em prantos. Estava consolando ele com tapas fracos nas costas, enquanto sorria tristemente para o irmão. O rosto estava inchado, cansado, claramente um reflexo da bebedeira e também, do cansaço do trabalho. Ouviu cada palavra de Frank, cada uma entrou em seu coração como uma facada. E é foda, porque, ele não sabia como responder. E também, ele não sabia se podia ajudar. O que sabia era: todo mundo tem um problema. E o problema de Frankie era ainda mais triste. Ele só... ficou ajudando o irmão com consolos com a mão, até sentir o celular vibrando no bolso. Sabia que, se o alguém o ligasse agora, era merda. Ele precisava atender. * 

- Desculpa, irmão, eu preciso atender.

* Então ele pegou o celular, anunciando um - o máximo que pode, pela bebedeira e o choro - "Detetive Arthur Whittle, com quem falo?" de forma forte e autoritária. Suas pernas quase caíram quando ouviram o primeiro "E aí, mano!" e logo, ele se sentou na cadeira ao lado de Frankie, com as pernas tremendo. A voz da pessoa do outro lado estava trêmula, parecia tão bêbado quando Arthur. Ficou concordando com tudo, uma vez até chegou a rir, e logo desligou. Ele começou a chorar de felicidade o mesmo segundo que desligou o telefone. Então, se virou para Frankie, e falou alto o suficiente para que, se Amy estivesse no banheiro e com o chuveiro desligado, ela ouviria. *

- Frankie, meu Deus, você nunca vai acreditar. Era Matt, cara! Era Matt. Ele disse que está chegando em Kazugaoka. Ele tá vindo. Como isso foi acontecer, t-tão do nada?

* Aceitou a ajuda de Frank e fez absolutamente tudo que estava dito no post dele antes, e então, assim que sentou pra respirar, recebeu a mensagem de Matt. Riu, e apenas respondeu rapidamente. *

{- Certo, Matthew. Fique perto da saída da rodoviária, estou indo agora mesmo. }

* Mostrou a mensagem para Frankie, já rindo. Então, ele se levantou, foi até o único banheiro que ainda estava vago na casa (o de fora) e tomou um banho rápido, acordando e tirando de vez o resto do álcool que sobrara (tinha ficado um pouco mais sóbrio dado o trabalho braçal) e vestiu outras roupas sociais, mas o clássico ainda: a camisa social e a calça conjunta, a gravata vermelha e, logo, voltou à sala. *


- Frankie, fique com essa chave reserva. * Tirou uma chave que tinha de reserva em seu chaveiro, e então, colocou este em um outro chaveiro que tinha no rack da televisão. Chaveiro simples, era uma pequena estrela policial, daquelas antigas de sheriff. * - Eu vou buscar o Matt lá e a gente se vê mais tarde. Me manda mensagem assim que você largar o trabalho, tá? Avisa a Amy pra fazer o mesmo, e deixa um beijo em Sayaka, agradeça ela. Eu preciso buscar essa peste logo.

* Então, apertou a mão de Frank e deixou um tapa confiante no ombro direito dele, enquanto já corria para seu carro. Abriu este, entrou rapidamente, acendeu um cigarro e foi direto pra rodoviária. *