Delegacia de Kazugaoka

Relembrando a primeira mensagem :



-Delegacia de Polícia, em Nobara;
-Muito grande, equipada e com profissionais bem treinados;
-Responsáveis pela Segurança da Cidade.

* Impossível que ele fosse burro o suficiente para omitir informações. Simplesmente impossível que ele era burro o suficiente para também, pensar que o detetive era um completo idiota. Ou burro, ou muito, muito orgulhoso. Arthur riu de tudo que ele falara, em um tom de chacota, e fazia questão para que Kain percebesse. Arthur então encheu um dos pequenos copos de café ali, e deslizou sobre a mesa para o ruivo. *

- Provavelmente não tão quente, mas é o melhor que temos.

* Arthur já acendia outro cigarro, pouco depois de seu último terminar. Se recostou na cadeira e olhava para Kain, fixo como os olhares de uma cobra em cima de um coelho. Analisou cada palavra que o jovem falara, e sua cabeça ainda estava em negação: o menino Thusgaard não seria tão idiota de nem saber com quem lutaria. Ele parecia um menino certo de tudo, não era possível que ele não sabia o nome. Então, pediu a descrição... mas pegou um pouco pesado. Agora, tava na hora de tirar a máscara do detetive bonzinho.

- Certo, Thusgaard. Então, nós vamos conversar um pouco mais sério agora, de homem pra um moleque mentiroso, o que você acha? * Arthur bateu com certa força na mesa ao falar isto, mas era tudo um teatro muito, muito bem elaborado. Kain muito provavelmente nem perceberia que era só mais uma estratégia de pressão. - É o seguinte. Eu não acredito um caralho que você não tenha visto ele antes. Afinal, acho que você se perdeu aí amigão, como me diz que o ringue é escuro, sendo que meu amigo falou que vocês entraram no Durden? Então, já estavam fora antes. Estava tudo bem claro. Vocês entraram JUNTOS, não se encontrou com ele lá dentro. Largue de mentiras, você sabe que isso pode ser uma omissão, certo? E espero que em sua discrição agora, você me fale tudo. Inclusive o nome dele. Eu não gosto de brincar, Thusgaard, e esse é um assunto sério demais. Você não tá lidando com mentiras sobre a menininha que comeu ontem pra alguma namoradinha sua, isso aqui é coisa séria. E eu tô cansado de gente mentindo pra mim, isso acontece a minha carreira inteira. Não ache que essa sua cara de confiante de merda vai fazer eu pensar diferente, pensar que você já não tinha visto esse moleque antes ou ao menos, conversado com ele. Não precisam ser amigos, mas a sua mentira sobre o ringue quase me fez socar essa sua carinha bonitinha. O ringue pode ser escuro e sei como é, já entrei lá. Sei muito bem que a rua, na frente do Durden, é bem iluminada. Sei também que fumaram logo antes de entrarem na merda do local. Não me faça de idiota e me conte o que sabe de uma vez, antes que eu possa mover uns pauzinhos pra fazer você dormir junto com seu amigo que testemunhou contra você. O que acha, Thusgaard? Quer passar a noitezinha aqui hoje, ou até a gente encontrar o seu parceiro de crime?

* O rosto de Arthur estava sério como uma tumba, e realmente, ele pegou um pouco pesado com o garoto. Não era o máximo que podia fazer, mas se isso não abalasse um putinho da estrutura de Kain, talvez os métodos mais pesados deveriam ser aplicados. A certeza absoluta era que ele estava na parte certa da coisa, e sabia que o moleque que matara a menina fumava, então jogou esse verde contra ele. Quando estava na cena do crime, e analisou esta, percebeu a bituca de cigarro bem aonde ele poderia estar antes: onde estava a poça de sangue e exatamente caída do lado desta, onde ele se posicionara para o curbstomp. Foi uma cartadinha de mestre, e sem dúvidas, Kain se abalaria por isto.

* As agressões basicamente de graça vindas de Arthur só davam mais certeza para Kain que o detetive estava começando a ficar desesperado, o que só melhoraria as coisas pra ele. A vontade de sorrir era imensa, mas sua expressão continuava firme como antes, sem demonstrar nenhum tipo de fraqueza. Chegava a ser engraçado, só porque ele leu uma fichazinha geral achava que conhecia o ruivo de cabo a rabo. *

- Tá parecendo... * Falara isso sobre o comentário do detetive não ser um imbecil completo. * Eu não me considero nenhum gênio pra começo de conversa, você pode tirar a conclusão que quiser sobre mim.

* Então soltou um longo suspiro, dessa vez quebrando a linha de visão entre ambos por fechar seus olhos, a situação estava ficando no mínimo chata. Reagiu dessa forma exatamente pra não parecer suspeito, e por mais que o detetive falasse, falasse e falasse, Kain ainda não demonstrava pingo algum de fraqueza. Após o suspiro, tomou mais um gole de café e voltou a encarar Arthur, dessa vez com uma expressão um pouco menos séria. *

- Olha, eu tô sendo o mais sincero possível aqui, não tô me negando nem um pouco em colaborar com o trabalho de vocês, então você não precisa me ameaçar sem fundamentos. E você tá certo em uma coisa mas errado em outra, eu realmente não sei mentir, mas nunca precisei estudar.

* A tensão dava muita vontade de fumar, mas ele simplesmente não podia. Qualquer reação fora do normal indicaria alguma coisa, e ele não podia demonstrar intimidação alguma, em momento algum. Já planejava ir até Tatsuo depois que saísse da delegacia, aquele moleque tinha muita coisa a responder, mas o mais importante ainda era sair de lá ileso. *