Delegacia de Kazugaoka

-Delegacia de Polícia, em Nobara;
-Muito grande, equipada e com profissionais bem treinados;
-Responsáveis pela Segurança da Cidade.

* Chegava na delegacia rapidamente, parou seu carro em sua vaga e desceu deste, junto à Adachi. Seu parceiro estava claramente enjoado, mas Arthur não falou nada. Estava extremamente puto. Chegou na sala de interrogação, e o policial foi um cara bem exímio. Com certeza ganharia um café mais tarde. Via pela janela que na mesa, havia aquela luz fraca e Kinzo sentado de um lado, algemado. Se virou para Adachi, e ordenou para que ele fosse cuidar das questões administrativas. *

- Adachi-san, seja útil uma vez na sua vida e vá protocolar o caso e a porra toda que você faz. Eu vou fazer a interrogatória. Por favor, fique de ouvido no microfone da sala e anote tudo que é importante, certo?

* Adachi simplesmente assentiu, e foi para a sala dos dois, que era um andar acima da sala. Esperou o aviso de Adachi, coisa deles mesmo, que ele estaria na sala. O ajudante do detetive apenas mandou o emoji do cachorrinho, que era o fato dele estar na sala. Arthur sorriu, acendeu um cigarro (fodam-se as leis, ele é a lei) e então, entrou na sala. A fechou com carinho, e via que a sala dele estava do jeito que pedia. A garrafa de café, provavelmente gelada, e o cinzeiro pendiam perto de onde ele sentaria. Se sentou ali, apoiando o cigarro no cinzeiro. Colocou o maço na mesa, o deslizando para Kinzo. *

- Cigarro, irmão?

* Sorria para o japonês. Tudo isso era uma estratégia que ele usava desde sempre. O japonês aceitou, e então, tentou acender o cigarro com o isqueiro ali. Não conseguia, claro, ele tava algemado (hehe) e então, com um suspiro, Arthur pendeu-se sobre a mesa e o auxiliou a acender o cigarro. Kinzo acenou com a cabeça para agradecer o detetive.

- Aê, detetive. Se liga, cara. Vou te contar tudo o que eu sei, e eu juro que é tudo que eu sei. Eu tô mais suave agora porque o policial me deu uma águinha e um remédinho, bota fé? Então, cara. Eu vi o filho da puta chegando, ele já tava super mal encarado. Parecia um Nosferatu, todo com o olhar escuro e o cabelo na frente. Eu não vi nada dele, eu juro, eu tava em choque pra caralho! Afinal, ele chegou metendo a mão na cara da Kotone-chan - * Ele parou um pouco ao falar o nome da menina, engoliu lágrimas secas e voltou a falar. * - e eu e meu amigo reagimos. Eu... atirei no braço dele, brother! Eu não pude fazer nada de diferente, ele queria matar a Kotone-chan, cacete! Eu fiz ele parar, e meu outro amigo deu um puta socão no peito dele... mas ele não parava, irmão, ele não parava. Ele não parava nem fodendo. Ele se levantou, derrubou meu brother e depois me desarmou, e... e... eu me mijei, irmão. Não aguentei a pressão, cara, era demais, eu me mijei inteirinho. Eu saí correndo, quase escorreguei numa poça de mijo e depois entrei numa viela, e comecei a observar com o cu fechado e canto dos olhos. Kotone meteu uma faca na perna dele, mas ele só caiu no chão. Eu pensei que ele pararia ali, ele parecia uma mangueira daquelas velhas que lavam o quintal, cheinho de furo. Tava sangrando pra caralho, mas... ele parou. Ele pegou o braço da Kotone e --

* Arthur suspirou, e bateu na mesa. Pegou seu cigarro e tragou, e o japonês num susto, fez o mesmo. *

- "Brother", eu não quero saber a história. Eu já sei mais ou menos a história, se você se esqueceu, somos detetives. Recebemos tudo sobre o assassinato segundos depois. Mas, eu não sabia de alguns detalhes, mas não vão auxiliar. Você lembra do rosto dele, ou já viu ele antes pela Maruzouchi? É só isso que eu preciso saber.

- Desculpa, cara. Tudo que eu sei é que ontem à noite, ele estava no Durden também. Eu não sei quem ele é, sinceramente não sei te dar muitos detalhes tirando a cor do cabelo. Os olhos dele eram embaçados de ver, e a franja cobria quase tudo. Mas no Durden, ontem era certeza! Ele estava com Kain Thusgaard, um aluno que é MUITO conhecido ali no Durden. Ele estuda na Harunami. Isso eu tenho certeza, ele é terceiranista. Ele é famoso no Durden, o moleque luta pra caralho. 

- Kain Thusgaard, Harunami, terceiro ano.

* Repetiu para que Adachi anotasse certinho. Era só isso que ele precisava. Arthur se levantou da mesa, sorrindo, e então, jogou o cigarro no cinzeiro. Estava quase na metade, mas foda-se. *

- Obrigado, Kinzo-kun. Seguinte, cara. Não posso fazer muita coisa, e nem um advogado. Você vai ficar essa noite aqui, e amanhã, vai conversar com o delegado responsável pelos que vão presos. Graças a Deus, minha dor de cabeça é outra. Para que você saiba, você está sendo indiciado à cadeia por porte ilegal de arma, e pelo que você me comentou de ter efetivamente atirado no assassino, você também está sendo indiciado por tentativa de homicídio.

* E então, Arthur saiu da sala, apenas vendo Kinzo abaixar a cabeça. Sabia que tinha feito merda, mas não sabia que ia vir seco assim. Quando o detetive saiu da sala, dois policiais entraram e foram levando o japonês até a cela mais próxima. Subiu até sua sala, e entrou nesta. Viu Adachi terminando de anotar as coisas, e já se virando com um sorriso enorme para Arthur. Sabia que podia ajudar, e que finalmente, estava ajudando. Como dantes mencionado, Adachi era um ótimo detetive. Ele só não sabia ainda. *

- Oe, Arthur-san! Olha aí, eu escrevi tudo. Kain Thusgaard. A gente lida com isso hoje ou amanhã?

- A gente não vai perder tempo, Adachi. Vamos para Harunami, eu preciso conversar com ele. Vamos aproveitar que está tudo muito quente ainda.

* Então, os dois saíram da sala, indo em direção ao carro. Pararam ambos na cozinha da delegacia, pegaram um bom copo de café. Enquanto bebiam, Arthur recarregava sua arma e a deixava pronta, apenas com o trinco de safety puxado para cima. Sabia que as noites eram perigosas em Tokyo, e era bom sair preparado em Kazugaoka também. Saiu da cozinha, após sua pequeníssima pausa para o café, e no primeiro pé posto fora da delegacia, ele já acendeu um cigarro. Adachi apenas o seguia, quieto e de cabeça pra cima. Ele realmente adorava ajudar, e era o que estava fazendo. Entraram no carro, e viu que Harunami na verdade era bem perto dali. Estava de noite, então no curto caminho, o detetive ia pensando no que fazer.

*Chegou em Minamiwa literalmente voando o mais rápido que conseguia e, sem chamar atenção, pousou numa rua vazia, próxima à delegacia de polícia, guardando suas asas de imediato e entrou na delegacia rápidamente. Com tudo o que estava acontecendo com seu irmão, Frank imaginava que muito provavelmente não o veria na hora ou que ele nem estaria na delegacia mas na rua investigando sobre o assassino. Mas de qualquer maneira foi até o balcão de atendimento perguntar.*

- Boa noite, poderia me dizer se Arthur Whittle se encontra na delegacia?

- Sinto muito, senhor. Ele acabou de sair apressado com o assistente na viatura. Com o caso que aconteceu hoje ele está bastante ocupado.

- Eu imaginei, mas tudo bem. Vou esperar por ele aqui, se não se importa.

- Preciso de sua identificação, por favor, e o motivo de sua visita. É alguma emergência?

- Frank Whittle, irmão dele. Preciso conversar com ele, mas não é nada urgente.

- Ora, não sabia que o chefe tinha um irmão! Se bem que ele nunca fala nada de si mesmo.

- Não me admira. Alguém com um cargo como o dele não deveria mesmo revelar informações pessoais a qualquer um, estou correto? Então não me importa, só vou ficar aqui esperando ele aparecer.

- C-certo, fique à vontade.

*Foi até uma cadeira que havia na recepção e se sentou para esperar.*

* Adachi vinha pensando porque caralhos ele trabalhava pra'quele cara e porque caralhos ele ainda tratava Arthur bem. Adachi já não tinha a cabeça boa, e pensar nessas merdas só assustava mais e mais o que ele poderia fazer. Jurava que já podia ter matado Arthur anos atrás em Tokyo, mas era melhor ficar quieto. O jovem detetive desceu do carro a hora que chegou na delegacia, e então, desceu deste e o trancou. Adentrou ao prédio, e viu um homem loiro esperando sentado enquanto o policial do balcão de emergências/atendimento observava as câmeras de segurança da rua Kobato. *

- Oe, Shirogane-san. Quem é o homem ali, e por quê você não tá ajudando ele? Esqueceu que você trabalha além de ficar olhando câmeras?

- Ele disse que é irmão do detetive chefe, Adachi-san. Disse que esperaria o Detetive Whittle até sabe-se lá que horas. Ele tá sentado aí tem um tempo já. Disse que seu nome é Frank Whittle. Vi nos documentos.

* O detetive tinha um irmão? Deveria ser um filho da puta igual o próprio. Subiu até a sala, após agradecer a informação do policial e então, pegou os documentos. Voltou até a sala, e se parou de frente para o projetado irmão de Arthur. Ah, e para poder explicar o porquê de Adachi tratar o policial secamente assim, sabendo como ele normalmente trata as pessoas é: enquanto Arthur não estava perto, Adachi era o detetive chefe. *

- Boa noite. Meu nome é Adachi Hiroshi e sou o auxiliar do detetive chefe. O policial ali me disse que você é irmão dele, é verdade isso?


* Mesmo não tendo muito tempo para conversar, Adachi parou por ali pra conversar com o irmão dele. Iria apenas se apresentar, explicar que estavam tomando conta de um caso e logo, avisá-lo que poderiam demorar. Estendeu a mão para ele, para cumprimentá-lo. *

* Chegaram todos à delegacia, e assim que todos saíram do carro, os dois detetives seguiam o caminho. Arthur à frente de todos, Kain e Kaito no meio, e o detetive mais novo atrás. Assim que entraram, Shirogane já vinha falando boa noite à eles, mas sem mais uma palavra por agora. Mesmo querendo falar sobre Frank, ele ficaria quieto agora. *

- Boa noite, detetives. Café e cinzeiro estão na sala de interrogação, Arthur-san. Tenha um ótimo trabalho.

- Obrigado, Shirogane-san. Bom trabalho pra você também.

* E então, ainda na recepção, ele se virou para os três. Antes de tudo, fez um movimento com a mão para que Adachi ficasse do lado dele, e o detetive todo sorridente foi, e então, fazia uma feição de questão quando chegara perto de Arthur. Sem pensar duas vezes, o detetive chefe deu um fortíssimo cascudo na cabeça de Adachi, que se abaixou rapidamente e, ao meio do cabelo fino do detetive mais jovem, ele vira um pequeno galo nascer como se fossem 6 da manhã na roça, lá perto do Acre. *

- Adachi, seu animal. Se fosse pra matar todo mundo do coração, eu chegava apontando a arma na cara do aluno. Por favor, o rosto dele só se deixou mais tenso quando viu essa merda. Seja mais profissional.

- Aieee, Arthur-san! Gomenasai, garaio. Eu tava com sono...

- Em horário de trabalho, animal? Todavia, fique com Kaito aqui na recepção. Não troquem uma palavra sobre o caso, e Kaito, seja um garoto bonzinho e fique com o tio Adachi. Podem conversar, fazer a caralho que forem, só não me encham o saco. Thusgaard, eu preciso que você venha comigo até a sala de interrogação. Me siga, por favor.

* Então, Arthur virou as costas para Kaito e Adachi, e olhava para Kain em uma expressão amigável. Adachi ainda reclamava um pouco de dor, mas foda-se. Tem que aprender a ser gente. Começou a andar em direção à sala de interrogação, enquanto esperava Kain segui-lo. Abriu a porta da mal iluminada e bizarra sala, gesticulando para dentro com a mão aberta. *

- Depois de você. Sente-se do lado onde a caixa de som está, no caso, o lado contrário. Por favor.