Rua Kobato 84

Assunto: Rua Kobato 84 3/10/2018, 22:08

Relembrando a primeira mensagem :

-Casa localizada na Rua Kobato.
-Residência do personagem Segawa Naoyuki.

Assunto: Re: Rua Kobato 84 7/10/2018, 19:34

°Ela estava atenta demais a seriedade da coisa para rir de algo que ele dizia. Continuava bebendo seu café tranquilamente enquanto o ouvia.°

- Não, sensei. Mas pode me dizer o que viu. Estou aqui para te ouvir.

Assunto: Re: Rua Kobato 84 7/10/2018, 20:20

- Certo...

* O professor então pegou o café, bebeu todo o resto, fechou os olhos fortemente e colocou o copo na mesa. Relaxado na cadeira, e com um suspiro, ele começou a torrente de coisas. *

- Basicamente tem uma pessoa, alguma coisa que está aparecendo pra mim de novo. É como se fosse um espírito, te juro, não dê risada. Apareceu 2 vezes pra mim já e tá me deixando maluco. Em um dia, ela apareceu DUAS vezes. Eu realmente não sei o que pode acontecer se ela aparecer de novo. É simplesmente estressante e cansativo, porque esta pessoa que aparece pra mim foi uma pessoa que amei muito, e ainda amo. Só não tenho ideia de onde ela está, o que ela é hoje em dia. Eu não me lembro de nada, sabe? Não sei nem como eu vim parar aqui. Sei que eu dava aula em um lugar e, do nada, eu tô aqui agora. Eu não entendo mais nada, Miwa. Eu juro que não entendo absolutamente nada.

* Em todo o discurso, ele pareceu totalmente aflito, cansado, mas não chorava. Sua íris perceptivelmente mudava para um roxo forte, enquanto evitava olhar pra qualquer outra coisa que não fosse os olhos da garota. *

Assunto: Re: Rua Kobato 84 7/10/2018, 20:25

°Diferentemente dele, Miwa estava focada nos olhos dele, mesmo que estes não se encontrassem. Ela ouvia tudo o que ele dizia atentamente, enquanto dava alguns goles no café. Alguns breves segundos refletindo sobre tudo o que ouvia, até colocar o copo na mesa e suspirar profundamente.°

- Podem existir diversas explicações... Das mais céticas, as mais sobrenaturais... Mas acredito que tenha pensado em todas elas, não é? Talvez só queira falar...

Assunto: Re: Rua Kobato 84 7/10/2018, 20:59

- Eu já pensei em tudo, cacete!

* E então, o professor deu um soco na mesa. Não quebrou nada, mas os copinhos pularam e caíram novamente, sem derramar absolutamente nada. O professor ficou com os olhos levemente vermelhos. Ele então olhou para os olhos da Miwa, ele olhou com muita dor, dá pra ver algumas lágrimas se formando. Tava foda. *

- Miyazaki Keiko. É o nome dela. Ela era uma aluna, não se assuste, tivemos um caso. Era uma coisa diferente, totalmente diferente.

Assunto: Re: Rua Kobato 84 7/10/2018, 21:10

°Ela não parecia se assustar com o tapa na mesa. Na verdade, a única coisa que fizera foi fechar os olhos por um breve momento, mas por dentro seu coração estava quase saindo pela boca. Ela tornou a beber um gole do café e colocou o copo na mesa mais uma vez.°

- Não o julgo. Acredito que o amor pode vir das coisas mais... improváveis.

°Ela pensava em Kain quando dizia isso. Primos de primeiro grau e ela totalmente apaixonada por ele. Ou obcecada, ela ainda não tinha conseguido entender isso direito até agora. A segunda opção era sempre a mais provável.°

- Miyazaki Keiko, hm... Eu posso tentar fazer algumas pesquisas, se quiser. O senhor se lembra de mais alguma coisa?

Assunto: Re: Rua Kobato 84 7/10/2018, 22:04

- Você não encontrará nada. Eu duvido até que ela exista, ou não. Não sei o que acontece, eu juro que queria saber tão mais...

* Ele agora despencava em um choro rápido, e logo limpava as lágrimas. Não queria mostrar isso pra aluna. *

- E o amor é improvável sim, mas as vezes é crime. E nesse caso, era. A gente se amava mesmo assim, sabe? Não sei se ela me amava ou se ela gostava... só gostava daquilo, eu não sei. Ela era meio louca, mas era muito amável.

* E então ele tinha as memórias. Os jantares, ajudar o viadinho daquele outro garoto que ele esqueceu o nome, o que era médico? Ele nem lembra, era um aluno que quebrou o nariz nos primeiros dias de aula. *

Assunto: Re: Rua Kobato 84 8/10/2018, 12:02

°Quando ia tomar mais um gole do café, Miwa notava que ele tinha acabado. Ela suspirava profundamente e achava que seria uma tremenda falta de educação pegar mais naquele momento. Então, as lágrimas... Miwa sabia como ele se sentia. Miwa sabia que ele não queria mostrar isso para aluna, mas estava ali como colega dele, não como aluna. Delicadamente, Miwa segurava uma das mãos dele -a não-robótica- com ambas as mãos e até fazia um suave carinho com o polegar.°

- Se existir... Eu prometo encontra-la, ok? Só não negue a si mesmo as coisas que lhe vem acontecendo... Isso só piorará seu estado.

Assunto: Re: Rua Kobato 84 8/10/2018, 14:06

* O toque da garota era tranquilizante. Ela tinha essa vibe mais tranquila mesmo, e conseguia facilmente passar isso pra qualquer pessoa, ele acreditava. Então, ele suspirou, e pensando no que ela disse, ficou quieto uns bons 20 minutos. Puxou novamente sua mão da dela, pegou a cafeteira e a serviu mais café, como fez pra ele. Estava tarde pra café, porém ele precisava se distrair com algo. *

- Não tem como encontrá-la. E as vezes, o passado é melhor enterrado. Porque, se a gente falar que encontra alguém, e nunca encontrar, a gente sofre. E sofre demais.

Assunto: Re: Rua Kobato 84 8/10/2018, 20:34

°Miwa soltava a mão del a medida que o mesmo parecia querer solta-la, voltando a encostar suas costas na cadeira. Ela observava-o servir o café e pegava o seu, tomando mais um gole, mas deixando a xícara sobre a mesa em seguida.°

- Compreendo... Bem, é escolha sua fugir disso. Irei respeita-la.

Assunto: Re: Rua Kobato 84 8/10/2018, 21:40

- Não é exatamente fugir disso, entende? Eu não sei o que está acontecendo, eu não lembro de nada. Nada me faz recordar 100% do que aconteceu. Parece um tipo de bloqueio estranho. É como se os 24 anos da minha vida, os últimos 4 eu lembrasse vagamente de cada acontecimento, de cada pequeno acontecimento, porém apenas vagamente. Nada claro, sabe?

* E é. Ele lembrava das aulas, dos alunos, das pessoas, dos momentos, dos amores, de tudo. Só não conseguia lembrar exatamente como era, quem eram, nomes, faces, locais, nada. Absolutamente nada além do básico, e isso estava o comendo por dentro. Se ajeitou mais uma vez na cadeira, e então olhou pro relógio que ficava acima da geladeira. Marcava um pouco tarde já, mas tanto faz. Não queria perder aquela conversa por nada. Enquanto seus olhos escapavam o de Miwa por instantes, percebeu que também tinham alguns cacos de vidro próximos à geladeira. Decidiu ficar quieto sobre isto. *

- É aterrorizante, sabe? É como se eu fosse um prisioneiro da minha própria mente. Isso é foda.

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